quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O CHEIRO DOS CUSCOS NAS BOMBACHAS



Imagem: Cândido Portinari



Enquanto todos brincavam de campinhos, e de ser Batista, Zico, Sócrates, Cerezo, De León ou Falcão, eu preferia ficar com a cuscada. Eu queria ser ninguém. Me perder entre os guaipecas vadios e pronto. E só. 


Eu abraçava os cuscos e sentia o coraçãozinho lá deles batendo junto ao meu. 

Depois os gritos cessavam. Paravam os chutes. O futebol acabava. Os guris iam embora, cada um para sua casa, levando lembranças de dribles, defesas e gols lá deles... E os vira-latas também se iam, seguiam seu rumo. 


Eu, a caminho do rancho, levava nada. Só o cheiro dos cuscos nas bombachas.





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